Tem
gente que adora comer e não acha nada de mal em se deliciar, ali mesmo,
escondidinho, no ambiente de trabalho, de uma guloseima qualquer. Nada de mal
mesmo, mas só se a pessoa lembrou daqueles princípios básicos, ensinados ainda
na infância, de que se deve lavar as mãos, bem lavadas, antes de comer, depois
de ir ao banheiro e após mexer com dinheiro.
Já
está provado que as notas de dinheiro acumulam microorganismos prejudiciais à
saúde e que as mãos de quem manuseia as cédulas podem ser tão contaminadas
quanto feridas infectadas.
A
primeira pesquisa científica desenvolvida no Brasil comprovando a contaminação
de notas de real por microorganismos é de 2001 e foi feita sob coordenação do
microbiologista João Carlos Tórtora, no Instituto de Pesquisas Biomédicas
da Universidade Gama Filho (RJ), a pedido do Banco Central.
Na
época, foram analisadas 110 notas de R$ 10 e de R$ 1, com uma técnica nada
sofisticada, mas bastante eficiente: em cada uma das cédulas foi esfregado um
cotonete umedecido que, depois, foi enviado para análise. Os resultados
mostraram que especialmente as notas de R$ 1 eram grandes depositárias de
microorganismos (fungos, bactérias e leveduras).
Esses,
dependendo da vulnerabilidade do indivíduo que manuseia as cédulas, podem
deflagrar problemas gravíssimos, como a septicemia – uma infecção generalizada.
Mais
estarrecedora ainda, outra conclusão deu conta de que a cada centímetro
quadrado das notas de R$ 1 havia 30,4 bactérias e fungos. Já nas cédulas de R$
10, a relação era de 8,24 micróbios por centímetro quadrado.
Em
outra pesquisa recente, com técnicas mais modernas, o microbiologista analisou
notas de R$ 1. Descobriu a existência de 247,25 micróbios por centímetro
quadrado, quase dez vezes mais do que havia detectado na primeira pesquisa.
Entre esses micróbios, 42% eram estafilococos, tipos de bactérias que causam
terçóis, furúnculos, inflamação no ouvido e faringite, além de intoxicação
alimentar.
Para
pegar alguma dessas doenças, basta a pessoa passar a mão contaminada sobre a
pele ou pegar um alimento e ingeri-lo sem lavar. Já os fungos encontrados no
dinheiro são causadores de alergias respiratórias e de contato.
Mas
não é só. As notas de real também apresentam elevada quantidade de coliformes
fecais, resultado da falta de higiene das pessoas depois de usarem o banheiro.
Para
evitar a contaminação, o recomendado é seguir à risca as normas de higiene:
sempre lavar as mãos depois de manusear o dinheiro, de usar o banheiro ou antes
de alimentar-se.
A
lavagem, contudo, deve ser bastante cuidadosa. Simplesmente jogar água nas
mãos, ou fazer uma lavagem de 20 ou 30 segundos, de acordo com especialistas,
não é suficiente para reduzir a quantidade de micróbios a níveis
despreocupantes. É preciso utilizar água e sabão e esfregar por, pelo menos, um
minuto.
Especialistas
mais cautelosos recomendam a utilização de um álcool gel, usado constantemente
pelo pessoal que trabalha na área de saúde. O gel deve ser esfregado nas mãos
por cerca de três minutos.
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